Se eram regras claras que faltavam para as fabricantes de máquinas e implementos agrícolas concretizarem negócios neste primeiro semestre, elas estão aí. Ao produtor que encaminhou financimento pelo programa Moderfrota até sexta-feira, o governo deu garantia de que serão aplicadas as taxas de 4,5% a 6% ao ano. Nas compras feitas a partir de hoje, passa a valer o juro de 7,5% a 9% ao ano, conforme a renda anual do tomador de crédito.
– O importante é ter recursos, mesmo que seja a juro maior – avalia Claudio Bier, presidente do Sindicato das Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers).
Bier refere-se aos negócios encaminhados na Show Rural Coopavel e na Expodireto Cotrijal.
– Boa parte dos pedidos feitos nas feiras está parada. O produtor compra, e o banco não libera – reclama Bier, que esteve em Brasília na sexta-feira para tentar resolver a questão.
Com a elevação do juro do Moderforta a partir de 1º de abril, aprovada na semana passada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a liberação dos negócios com juro antigo sairão em seguida, avalia Bier. Somente o Banco do Brasil protocolou mais de R$ 500 milhões em negócios durante a Expodireto. Conforme a instituição, todos os pedidos foram encaminhados ao BNDES, e a liberação irá depender da quantidade de dinheiro disponível.
Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas (Abimaq), os problemas com financiamentos no país existem, mas são pontuais. Sobre o impacto do novo juro no setor, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Predro Estevão Bastos, prevê uma retração inicial dos investimentos.
– Esperamos que o juro do Moderfrota seja mantido no segundo semestre – diz Bastos, em referência aos novos reajustes que deverão vir no Plano Safra 2015/2016, a partir de julho.
Até lá, o dirigente lembra de linhas menos acessadas, como o Pronamp, que financia 100% do valor de máquinas e equipamentos com juro de 5% ao ano (com limite de compra de R$ 385 mil e renda anual de R$ 1,6 milhão). Com a era do juro baixo cada vez mais distante, a saída do produtor é acostumar-se com a nova realidade na hora de investir.
Fonte: Super Safra
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